O homem mais portátil do mundo – Arturo Carrera

“O assombro, a via das sensações que anulam o homem para que seja unicamente essa voz cha- mada “criança”. Criança para atravessar os afetos, os preceitos e as sensações. Não escrevemos, atra- vessamos as cores, os sons, um ritmo, as formas. Escuto um poema que me espera como a uma voz, essa voz que muda meu corpo de acordo com a aspereza de sua função, segundo as variedades de sua vertiginosa sorte ou agonia ou mímesis. Diz Lezama: “As imagens proclamam nosso corpo, caem na sucessão ou na circularidade, sempre com uma voz que lhe conferiu o cerne de seu alento. Nosso corpo chega a ser um obstáculo onde o afastamento se revolve”. Aqui está a sensação e o poema que nos vai escrevendo. O assombro que volta a nos escrever.”


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