Antifa: modo de usar – Acácio Augusto (org.)

A história não se repete, ainda que alguns discordem. Se buscarmos as características do fascismo histórico dificilmente corresponderiam aos modos e formas da alt-right hoje. Mas podemos chegar a outras conclusões ao nos voltarmos para o fato de que, apesar da derrota militar em 1945, o fascismo histórico seguiu permeando a política das democracias liberais no pós-guerra. As expressões da extrema direita hoje são antidemocráticas, quando se pensa no que deveria ser uma democracia. Mas quando observamos a ascensão eleitoral desses grupos em países democráticos não seria um absurdo questionar se não é esta a forma contemporânea da democracia — e se, ao invés de defendê-la, não seria o caso de pensar em ultrapassá-la. Entre praticantes da tática black bloc e grupos antifa, a revolta das pessoas comuns e anônimas contra as mortes perpetradas por agentes de segurança é o fogo da antipolítica contra as políticas de segurança, reanimado após a crise de 2008 entre gregos, mesmo solo no qual o filósofo pré-socrático Heráclito, na Antiguidade, alertou: o fogo realiza. Fogo! “Antifa: modo de usar” reúne ensaios, textos e entrevistas de diversos autores sobre o tema, inclusive do historiador americano Mark Bray, especialista no movimento antifascista e uma de suas principais vozes, compondo um material urgente e essencial para nosso tempo.


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