Walter Benjamim: messianismo e revolução – Maria João Cantinho

O que Cantinho salienta em Benjamin é o esforço em “redescobrir os momentos/imagens de redenção que se escondem no próprio cerne da cultura tradicional”, salientando que esta relação entre “o Agora e o Outrora” não seria de natureza temporal (no sentido progressista da concepção temporal), mas “figurativa (Bildlich)”, mostrando-se como um “clarão, como imagem que é lida pelo historiador e carrega consigo o perigo (o de o historiador não ser capaz de a ler e de a compreender”. Esta relação poderia caracterizar também o próprio movimento do livro de Cantinho, que se prende muito mais às imagens evocadas pelos textos benjaminianos do que às cronologias e aspectos factuais de sua trajetória. DANIEL GILLY