Transversões: ensaios de filosofia e pedagogia pop – Charles Feitosa
A multiplicidade de interesses numa mistura entranhada de temas e signos, imagens e conceitos, quase receando objetificar o que absorve ao observar ou observa ao absorver, traz consigo não mais (ou somente) uma filosofia contemplativa ou espantada, mas também combatente. Paradoxalmente, paira um agito, similar àquele gerado pelo alquimista na tentativa de junção de elementos que até então não foram aproximados. Não pelo medo da incompreensão pelos pares, já que as experimentações não temem o improvável, mas se alimentam justamente daquilo que não se prova; o alquimista se agita justo por tentar aproximar aquilo que outros separaram ou discerniram.
Neste sentido, o que se apresenta é uma compilação de textos pulsantes que reformula, e a seu modo repro-põe, o par ensaio e erro, no cortante e cioso: ensaio e errância. E talvez não seja mera coincidência que o primeiro ensaio já nos indique um percurso esburacado (em meio às esquinas).
Nilton dos Anjos
