Frestas: memória, traumas e lacunas – Sheila Cabo Geraldo
Com os textos aqui reunidos, o leitor pode se aproximar do afiado pensamento de Sheila Cabo Geraldo, a partir de uma questão urgente: como pensar as relações possíveis entre o texto crítico e os trabalhos de arte contemporânea? Ou mais especificamente, como revirar as encruzilhadas formadas no encontro/desencontro de história da arte e obra?
É com inquestionável precisão que a pesquisadora reafirma sua habilidade de problematizar modismos discursivos e bordar o cristal do acontecimento,como indica, de modo a potencializar imbricadas relações, eventualmente disjuntivas, daquilo que da obra se evola e em que a palavra sempre falta; num átimo de encantamento em que tempo e espaço são postos em suspensão. Exatamente por isto, temos aqui um exercício sísifo de construção de uma análise que consegue, por sua amplitude e responsabilidade ético-política, apontar para metodologias outras, sem jamais optar pela fatalidade de resposta única.
Alexandre Sá