Dezembro – Ana Tereza Salek
Em seu texto “Cinco mais cinco mais cinco e tudo mudou na poesia brasileira”, que serve como introdução à antologia Inquietação-Guia (Azougue, 2009), Ítalo Moriconi aponta para a necessidade de se repensar e expandir o leque da crítica literária brasileira – em relação à poesia contemporânea – para além do “cânone crítico universitário pautado por critérios como rigor, elipse, metaironia, metalinguagem”. Contestando o privilégio hegemônico (e portanto, num país e num momento que se quer plural e múltiplo, no mínimo anacrônico) dado à uma poesia de raiz mallarmaica-cabralina-concretista, que se tornou quase uma fórmula neo-parnasiana, jovens poetas como Ana Tereza Salek resgatam a forte tradição brasileira de uma estética poética mais subjetiva, temporal, imagística e corpórea – mas não menos potente e rigorosa – que passa por nomes como Augusto dos Anjos, Jorge de Lima, Roberto Piva e Cláudio Willer – apenas para citar alguns. […]
Renato Rezende (no prefácio do livro)
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