Coleção Trás-os-mares
A coleção Trás-os-mares, publicada pela editora Circuito com o apoio do DGLAB (Direção-Geral dos Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas Públicas de Portugal), e com a coordenação editorial de Maria João Cantinho e Renato Rezende, apresenta ao público brasileiro prosadores portugueses contemporâneos da mais alta qualidade literária. A primeira leva, publicada em abril de 2018, compreende Até o ano que vem em Jerusalém, de Maria da Conceição Caleiro, Éter, de António Cabrita, A loucura branca, de Jaime Rocha, Adoecer, de Hélia Correia e Noturno europeu, de Rui Nunes. A segunda leva, publicada em 2020, compreende Quartos alugados, de Alexandre Andrade, Impunidade, de H. G. Cancela, Asas de Saturno, de Maria João Cantinho e A noite não é eterna, de Ana Cristina Silva.
Quartos alugados – Alexandre Andrade
Nove contos sobre espaços que são nossos durante um período limitado para depois regressarem ao domínio público, ou serem tomados por um novo ocupante temporário. O leitor pode esperar uma profusão de gestos, manobras, frases e movimentações de mobília destinados a tornar quartos e apartamentos menos anônimos. Os exageros (reescrever na íntegra um clássico da […]
Impunidade – H. G. Cancela
Uma estranha beleza, melancólica, nimba de luz estas personagens. Não é exagero se dissermos, como o autor o diz, no final do livro, que ela irradia do “esplendor das coisas ameaçadas”, como a beleza dos condenados, nos romances de Kafka. Essa é a linhagem de H. G. Cancela, o negrume de Dostoiévski ou de Thomas […]
Asas de Saturno – Maria João Cantinho
A intensidade da narrativa prende desde a primeira linha. Densa, mas fluente, misto de poesia, filosofia, biografia imaginária, compensadora na intertextualidade que convoca outras leituras. Começa com a história de Gabriel, Clara e Florimundo, o filho. E não por acaso, o espaço inicial é o de um mundo fechado, onde Gabriel escreve uma obra literária […]
A noite não é eterna – Ana Cristina Silva
A Romênia, sob o jugo do ditador Nicolae Ceausescu, atravessa um dos piores períodos da sua história, com a população a enfrentar a fome e dominada pelo terror. Seguindo as orientações do Presidente para a criação de um exército do povo no qual os soldados seriam treinados desde crianças, Paul, um ambicioso funcionário do partido, […]
Noturno Europeu – Rui Nunes
De acordo com Hugo Pinto Santos, “Noturno Europeu (…) descreve “uma Europa comum, loura, atlética, que uiva pelo seu guia», e resume, na escolha fixada pelo título, uma situação e determinado posicionamento que é identitário da própria escrita.
A loucura branca – Jaime Rocha
De acordo com António Cabrita, em A loucura branca, Jaime Rocha “apresenta-nos um texto que mergulha no quotidiano e no mundo trivial com uma demência quase surreal, cruzando Kafka com os filmes de David Lynch. Um misto de mistério, sedução e humor sutil.”
Adoecer – Hélia Correia
Adoecer elabora a vibrante história de amor entre a modelo, pintora e poeta Elizabeth Siddal (Lizzie, 1829-1862) e o pintor e poeta Dante Gabriel Rossetti (1828-1882). Como pano de fundo muito bem documentado, surge a Inglaterra do século XIX, e o grupo dos pré-rafaelitas, empenhados no regresso a uma certa pureza dos olhos e da […]
Até o ano que vem em Jerusalém – Maria da Conceição Caleiro
A história do encontro entre Maria Luís e David, em Até o ano que vem em Jerusalém é também, nas palavras de Rui Nunes, “uma história de desamparo que os leva numa espécie de peregrinatio ad loca infecta, de Lisboa aos Açores, ao Brasil, à memória de um tempo alemão passado, mas tão presente”.
Éter – António Cabrita
Em Éter, António Cabrita reúne sete narrativas urbanas, que se localizam nos dois países em que tem alternado a sua vida: Portugal e Moçambique. São sete histórias com distintas estratégias narrativas, tal como são variados os seus temas, sendo contudo transversal uma idêntica tensão entre a memória pessoal e o esquecimento colectivo, bem como a […]