A liberação da mosca – Luigi Amara
Luigi Amara é um principiador, naquele sentido antiguíssimo de “no princípio era o verbo”. Cada vez que escreve um ensaio parece que origina, inicia, dá começo. Como se aquilo sobre o que versa fosse – estivesse sendo – pensado pela primeira vez. De uma maneira singular: à inversa, em reverso, tomando atalhos, apelando para a inteligência caústico crítica e à um humor inocente (se isto existe). Esta série de ensaios “revolucionam” outras leituras e visões, acaso mais previsíveis, do mundo. A de Luigi Amara é uma escrita – uma maneira de ver – que põe amável e risonhamente de ponta cabeça e pés para cima os leitores. Uma revolução ensaiada. E também um retorno a mestres como Montaigne, conjugado com aquele arcano de Augusto Monterroso: quando despertou, o dinossauro ainda estava ali.
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