Iracema Barbosa – Patrícia Corrêa (org.)
Iracema Barbosa tem transitado, ao longo de mais de 30 anos de trabalho artístico, por processos de mobilização plástica e afetiva de linhas e cortes. Desde o início, seu trabalho se fez pelo movimento intuído e pela decisão meditada sobre os limites, seja no envolvimento com a direção e a montagem de filmes ou na prática do desenho e da pintura, vivenciados intensamente a partir do final dos anos 1980. O engajamento expressivo com planos e cisões, perspectivas e justaposições, contornos e contigui- dades despertaram a artista para o universo ilimitado dos limites. Isso significa sentir a oscilação entre unidade e partes, entre figura e fundo, objeto e espaço, igual e diferente; significa produzir, assumir e deslocar interfaces e interrupções, portanto é algo que concerne a toda experiência da arte. Tornar-se artista, entre muitas outras coisas, implica lançar-se à vertigem dos limites.
Patrícia Corrêa