O fantasma de um nome (poesia, imaginário, vida) – Jorge Monteleone

Nascido em 1957 em um subúrbio borgiano de Buenos Aires, Jorge Monteleone é um dos críticos e teóricos literários latino-americanos mais sutis e eruditos de nosso tempo. Sua conhecida dedicação à literatura argentina e latino-americana dos séculos XIX, XX e XXI – com amorosa insistência na poesia – não é, no entanto, excludente. Leitor incansável dotado de uma memória privilegiada e de um admirável talento para o contraponto, Monteleone encontrou nos grandes poetas visionários franceses sua pedra-ímã. Rimbaud, Baudelaire, Artaud são para ele motivo constante de pesquisa, reflexão e escrita. Mas seria impossível circunscrever seu trabalho em uma roda de escritores insignes ou em uma esfera armilar de interesse. É mais do que isso; se alguém tentasse traçar-lhe um limite – como quem constrói um alambrado para tomar posse de um campo fértil –, Jorge o iludiria. Não por rebeldia ou vontade própria, mas, sim, simplesmente, porque é um autor caudaloso: como se diz dos rios e da águia-real. E seus escritos fluem e levam em direção a zonas inesperadas, sempre bem-vindas. Daí sua natural abundância, e sua extraordinária generosidade.


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